Hoje vivemos duas pandemias em Santa Catarina, diz secretário da Saúde
06/08/2020
Hoje vivemos duas pandemias em Santa Catarina, diz secretário da Saúde
André Motta Ribeiro criticou processo de impeachment e movimentos que
desautorizam a legitimidade de prefeitos e governadores*
O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, disse nesta
terça-feira (4) que Santa Catarina vive duas pandemias: uma é de
Coronavírus - a mais grave - e outra é de desautorização e deslegitimação
de autoridades. Ribeiro também criticou o andamento do processo de
impeachment aberto na Assembleia Legislativa de SC (Alesc) contra o
governador Carlos Moisés da Silva, a vice Daniela Reinehr, e o secretário
de Administração, Jorge Eduardo Tasca.
"Hoje vivemos duas pandemias no Estado. Uma é a pandemia do vírus, que é
mais grave. Mas nós temos uma outra pandemia que é causada pelas discussões
de legitimidades. Quando se questiona o governo, o prefeito, a respeito das
medidas que estão sendo tomadas, fica difícil da população acreditar no que
a gente está dizendo", afirmou.
A reclamação do secretário tem como pano de fundo o avanço da Covid em
Santa Catarina
A projeção da própria pasta é de chegar próximo a 3 mil óbitos em 23 de
agosto em um cenário pessimista. Mesmo com o cenário negativo, o isolamento
social ainda está muito aquém do que o Estado precisa para frear o contágio do vírus.
"É um péssimo momento para a gente falar, por exemplo, em impedimento de
governadores ou de senadores, de prefeitos, porque isso cria na população
uma dificuldade de legitimar a autoridade. Eu acho que esse é um grande
problema. [...] Hoje, tem espaço na mídia, infelizmente, para assuntos que
não são relacionados à pandemia. Perde-se tempo de educar as pessoas, de
mostrar a gravidade da doença", acrescentou.
Nesta quarta-feira (5), a Secretaria de Saúde atualizou o mapa de risco de
Santa Catarina. O número de regiões em situação considerada gravíssima
diminuiu de 12 para oito, mas a ocupação de leitos de UTI permanece acima
de 80%. Além disso, o número de casos ativos da doença (acima de 11,3 mil)
está em um dos patamares mais altos já registrados.
"Estamos há quase 150 dias nesse enfrentamento. É difícil, as pessoas têm
dificuldades, saudade dos amigos, dos familiares. A gente entende isso, mas
também entendemos que deveríamos ter permanecido como lá no início: manter
o distanciamento e manter o regramento. É isso que faz a diferença. O
melhor tratamento para o Coronavírus é não pegar a doença", disse.
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