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Notícias | Economia


Vinicius Lummertz diz que é hora de rever modelo econômico catarinense

10/02/2016






O presidente da Embratur, o catarinense Vinicius Lummertz, afirma que “é preciso revisar o modelo econômico de Santa Catarina, que ainda não é um modelo, mas uma experiência”. Em entrevista exclusiva à Agência Adjori de Jornalismo, Lummertz informou que a Federação das Indústrias, junto com outras entidades representativas, está preparando “um profundo diagnóstico e planejamento sobre 16 setores econômicos, sendo que os dois últimos são a Economia do Mar e o Turismo”.  Ele manteve reuniões com os presidentes da Fiesc, Glauco José Côrte, e da Fecomércio, Bruno Breithaupt, para alinhavar os workshops e um Seminário sobre os temas, no início do mês de março.  


Para o presidente da Embratur, “ter uma Economia do Mar num estado marítimo como Santa Catarina indica que é preciso mudar a mentalidade em relação a quem nós somos e quem podemos ser. Mudar o modelo baseando-se no diálogo com a sociedade e nas oportunidades. O setor privado precisa ser chamado para um modelo de investimento em oportunidades de concessões, PPPs [Parcerias Público-Privadas] e investimentos diretos empresariais de catarinenses, nacionais e consórcios internacionais, que é a nossa lógica de integração num estado que é portuário. Mas precisamos também melhorar os nossos aeroportos, criando terminais de carga”.


Na opinião de Lummertz, “precisamos fazer esse caminho da inovação. Do contrário ficaremos repetindo um modelo exaurido. Esse modelo novo que usa o mar, usa os parques, cria localidades, a economia do vinho, da experiência gastronômica. Esses conjuntos todos precisam ser alinhados em oportunidades para que o setor privado invista. Gerar oportunidades aqui significa trazer o mercado e o investidor catarinense para uma nova fase de desenvolvimento. Estamos na era do valor agregado e de uma nova organização social público-privada transparente em torno dessas oportunidades. O mercado, de forma transparente, pode oferecer soluções desde que o Estado se organize pra isso”.


Sobre a Economia do Mar, o presidente da Embratur diz que “na medida em que olharmos o Estado, por exemplo nessa questão, vamos encontrar no potencial do litoral catarinense, não mais apenas o turismo de Verão, mas toda uma Economia do Mar, que vem surgindo com a maricultura, com pesca, com sistema portuário, que, como no caso de Itajaí, recebe transatlânticos e uma nova marina. Essas marinas, que em Santa Catarina são praticamente inexistentes, terão uma relação com a indústria de eventos de esportes náuticos, inclusive eventos internacionais. Há também a relação disso tudo com a produção de barcos de lazer, cujo segmento Santa Catarina é líder. A partir daí surge a pesquisa de novas tecnologias, materiais e componentes desse setor. Repercussão na indústria da gastronomia, com bares e restaurantes que estarão juntas às marinas. Isso atinge a economia agroalimentar catarinense e a potencializa. A relação do produto com o local faz crescer a relação do conjunto. Santa Catarina, como é muito diversificado, fará crescer todos os segmentos, como o da moda, com indústrias ligadas à produção têxtil e de confecções. Isso agrega valor. Um lugar especial faz valer mais seus produtos. Não é mais apenas a percepção de um produto, mas o produto e a sua origem”.


Outro produto turístico importante, segundo Lummertz, são os parques: “Os parques naturais são um grande atrativo. Estamos inclusive estudando, entre os Ministérios do Turismo, do Planejamento e do Meio Ambiente, um sistema de concessões a nível nacional para parques, como foi feito com Iguaçu e Fernando de Noronha, por exemplo. Não há impedimento para Santa Catarina gerar concessões e PPPs (Parcerias Público Privadas) para os parques estaduais e municipais”.


Fazendo um panorama desse novo momento econômico catarinense, Lummertz afirma que “temos que sair para uma sociedade com capacidade de se reciclar política e socialmente num nível que se espera de Santa Catarina, que é um dos estados brasileiros com mais condições para isso. Redesenhar a participação da iniciativa privada, de negócios transparentes, de concessões, de PPPs, de soluções com a participação da sociedade. E nesse desenvolvimento econômico os governos devem criar condições para que esses investimentos surjam e solucionem os impasses e os gargalos do Estado. O Turismo evidentemente é um auxiliar dessa nova matriz econômica do Estado”.


A respeito do trabalho que vem realizando, Vinicius Lummertz explica que “o papel da Embratur é a promoção é a internacional do Turismo, inclusive com a atração de investimentos. Mas para que haja integração nas cadeias produtivas é preciso que nos integremos ao mundo. O Brasil tem o maior potencial natural do mundo para turismo no quesito belezas naturais e paisagismo num ranking entre 140 países, segundo o Fórum Econômico Mundial. Em cultura, está na 8ª posição. Porém, está na posição de número 102 como o mais fechado do mundo, e é o 137° pior para montar um negócio no turismo. Temos que olhar para o Turismo com grande seriedade. O Brasil já é a sétima economia mundial em turismo e o terceiro maior mercado de aviação civil. O país é uma potência do turismo”.


“Tenho trabalhado ao lado do ministro Henrique Alves na criação de novas alternativas de investimentos internacionais fluam para o Brasil. O equívoco de não integrar as cadeias internacionais faz parte da lógica de país fechado, deixando de se beneficiar do comércio internacional. A soma das exportações e importações do Brasil não ultrapassa 20% da economia, enquanto a média mundial é de 50%. Ainda não temos, por exemplo, hotéis de grandes redes americanas. Essa abertura, entretanto, tem que ser eficiente. Para que o investidor internacional se interesse por investir no país é preciso segurança jurídica e melhores condições de competição internacional. No Turismo isso inclui a companhia aérea, a gestão de parques, cidades históricas”, finalizou.



# Adjori/SC

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